Melatonina: Benefícios além do sono

Você já ouviu falar em melatonina?

Provavelmente sim, mas, o que ela é na realidade?

Que ela ajuda no sono, todos já sabemos, mas como ela atua e quais os benefícios além do sono ela pode te trazer?

Benefícios da Melatonina

Para entender melhor, a melatonina é uma molécula lipofílica, produzida pela glândula pineal (pequena estrutura bem no centro do nosso cérebro), e sua síntese e liberação são determinadas pela presença ou ausência de luz, sendo regulada pelo ciclo claro/escuro do ambiente e sua liberação máxima na fase escura do ciclo, por isso é conhecida como hormônio do sono.

A exposição à luminosidade é suficiente para suprimir a síntese de melatonina. Sua secreção inicia cerca de 2 horas antes do horário habitual de dormir e atinge seu ápice entre 3 e 4 horas de sono, dependendo do indivíduo. Ela se distribui por vários tecidos corporais e não é estocada no corpo. Os níveis deste hormônio diminuem com a idade, devido à redução da capacidade da glândula pineal ou por outras substâncias, como utilização de medicamentos. Por isso, nos dias de hoje, a melatonina pode ser utilizada como suplemento alimentar para auxiliar no sono ou para tratar distúrbios do sono, não demonstrando toxicidade, nem dependência, mesmo em doses elevadas.

E qual a diferença da melatonina para os demais remédios?

Ela se difere de remédios tradicionais para dormir, uma vez que, os primeiros, são hipnóticos e não induzem o sono semelhante ao natural, os comumente chamados sedativos, pois levam a uma indução súbita do sono e muitas vezes geram até um tipo de “ressaca”. Ao contrário desses remédios para dormir, a melatonina atua na regulação do ciclo do sono, sendo mais eficaz se tomada regularmente para conseguir resultados, e, mesmo em doses altas, é incapaz de promover a perda involuntária da consciência ou grande debilidade no desempenho cognitiva, já que seus efeitos são soporíficos e não hipnóticos. A regulação do sono é apenas um dos muitos benefícios que a melatonina pode trazer. Entre as várias funções da melatonina já comprovadas, se destacam:

Cronobiológica: A melatonina é capaz de regular ritmos biológicos. A alternância na duração da secreção (ciclo claro/escuro) serve como sinal temporal para a organização de funções dependentes da duração do dia. Assim, a melatonina é a mais importante substância sincronizadora endógena, controlando padrões secretórios de diversas substâncias (ex: cortisol).

Antioxidante: A melatonina possui ações antioxidantes observadas em diferentes níveis, que incluem atenuação da formação de radicais livres por efeitos antiexcitatórios e anti-inflamatórios. Ela auxilia na regulação crescente de enzimas antioxidantes e na regulação decrescente de enzimas pró-oxidantes (regulando pró-oxidantes envolvidos na síntese do óxido nítrico e lipoxigenases, por exemplo).

Anti-inflamatória: A melatonina demonstrou ter efeito anti-inflamatório através de múltiplos mecanismos. Ela reduz o dano macromolecular, eliminando radicais livres, ativa defesas antioxidantes, regulação de fatores inflamatórios a nível genético e inibe a produção de moléculas de adesão de resposta inflamatória.

Imunomodulatória: A melatonina possui controle do ciclo circadiano humano, e consequentemente da regulação do sono que influencia em diversos processos fisiológicos, incluindo a boa garantia do sistema imune (agindo sobre linfócitos, citocinas, entre outros).

Devido aos diversos benefícios da melatonina, ela atualmente se tornou um suplemento alimentar muito procurado no Brasil e no mundo.

Espero que tenham gostado do conteúdo!

Até a próxima!

Referências:

CHO, Joshua H. et al. Anti-inflammatory effects of melatonin: A systematic review and

meta-analysis of clinical trials. Brain, behavior, and immunity, v. 93, p. 245-253,

2021.

DE BRUIN, Veralice Meireles Sales. Importância da Melatonina na Regulação do Sono

e do Ritmo Circadiano–Uma Abordagem Clínica.

HARDELAND, Rüdiger; PANDI-PERUMAL, S. R.; CARDINALI, Daniel P.

Melatonin. The international journal of biochemistry & cell biology, v. 38, n. 3, p.

313-316, 2006.